segunda-feira, 22 de junho de 2015

Planos Individuais de Transição e Programas de Formação Vocacional – Preparar o Futuro

Ao finalizar mais um ano letivo, o Departamento de Educação Especial do Agrupamento de Escolas Marinhas do Sal, destaca as várias atividades dinamizadas no âmbito dos Planos Individuais de Transição (PIT) ou Programas de Formação Vocacional, desenvolvidas por seis alunos com Necessidades Educativas Especiais e com Currículo Específico Individual.

As atividades possuíam um cariz vocacional/profissional e enquadraram-se no perfil vocacional e nas competências funcionais de cada aluno. Estas realizaram-se fora do espaço escolar, inseridas na comunidade local, em contexto real de trabalho, à exceção de mecânica que decorreu na Escola Profissional de Rio Maior.

Os alunos Luciano Rodrigues, do 6.º B, Igor Nogueira, 7.º A, e Marcelo Pires, do 9.º C, foram acompanhados pelo monitor João Gomes na oficina de mecânica, na Escola Profissional de Rio Maior. Esta experiência permitiu aos alunos adquirir conhecimentos básicos sobre ferramentas e materiais e a sua utilização, assim como desenvolver habilidades manuais, executando pequenos trabalhos que orgulhosamente exibiram na exposição de final de ano.

A esteticista Natércia António recebeu, no seu Gabinete de Estética, a aluna Marisa Monteiro, do 8.º B, e com ela desenvolveu atividades na área da manicura. Esta profissional, nas várias sessões, procurou sensibilizar a aluna para questões de cuidados pessoais e de estética, partilhar conhecimentos sobre instrumentos e materiais e aconselhar formas de atendimento ao público.

O salão Modos & Jeitos recebeu a Soraia Silva, do 9.ºC, para uma experiência vocacional como ajudante de cabeleireiro. Os cabeleireiros Sílvia Costa e Valério Santos orientaram, atentamente, a aluna proporcionando-lhe conhecimentos básicos alusivos à utilização de instrumentos e materiais necessários às tarefas num salão de cabeleireiro, bem como algumas técnicas elementares de pentear.

A educadora Maria dos Anjos acolheu, no Centro Escolar n.º 1, a aluna Jéssica Santos, também, do 9.ºC, para desenvolver atividades como auxiliar de educação pré-escolar. Neste âmbito, a aluna participou nas rotinas diárias e colaborou nas atividades da sala/Centro Escolar. A Jéssica ainda preparou e dinamizou, com grande à vontade, a leitura de dois livros, na sala, que foram acompanhados por atividades de expressão plástica, cuidadosamente preparadas no atelier de Recicl’arte.

As experiências vocacionais/profissionais proporcionaram o desenvolvimento pessoal dos alunos, fomentando a autoestima, autonomia, responsabilidade e as relações interpessoais com várias gerações, perspetivando a sua inclusão social e laboral.

Os Planos Individuais de Transição (PIT) ou Programas de Formação Vocacional foram exequíveis devido às parcerias estabelecidas com instituições e empresas e à sensibilidade e disponibilidade dos vários monitores, que colaboraram na programação das atividades, no acompanhamento e na monitorização do desempenho dos alunos.


O nosso bem-haja a todos.


Luciano e Igor constroem as suas árvores de Natal, na Escola Profissional de Rio Maior
Supervisão do monitor João Gomes e o empenho dos alunos

Trabalho de equipa: esteticista Natércia António, a aluna Marisa e a Beatriz, a "cliente" amiga

O bem embelezamento das unhas

As primeiras atividades da Soraia acompanhadas de perto pela cabeleireira Sílvia Santos


Como secar o cabelo a uma cliente!

O prazer da leitura

Os pequenos grandes "artistas" orientados pela Jéssica


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Arraial de final de ano

No dia 12 de junho, sexta-feira, realizou-se o arraial de encerramento de ano letivo na sede de agrupamento.

A animação e o convívio foram evidentes entre todos os presentes. Houve lugar para enaltecer os alunos, atletas do Desporto Escolar, e a entrega de prémios pelo diretor do agrupamento.
Também foi dado a conhecer a toda a comunidade escolar o trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo numa grande exposição.

A Educação Especial participou na exposição, apresentando muitos dos trabalhos produzidos, especialmente, nos ateliers existentes no âmbito do projeto "Aprendizagens para a Vida".


Exposição de final de ano da Educação Especial

Expressões - atelier desenvolvido no âmbito do projeto "Aprendizagens para a Vida"


O Desporto Escolar esteve exposto com a modalidade do BOCCIA, onde se pode ver fotografias da equipa vice-campeã nacional e o atleta campeão nacional.

BOCCIA em destaque na exposição do Desporto Escolar

Foi um ano intenso em trabalho e em emoções, ao lado de uma grande equipa, que alcançou em toda a plenitude todos os objetivos a que se propôs.

Para todos, ficam os votos de um bom final de ano letivo e umas merecidas férias.

Até para o próximo ano letivo!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

UMA AVENTURA NO JARDIM ZOOLÓGICO

No dia 8 de junho, segunda-feira, os alunos e as professoras de Educação Especial visitaram o Jardim Zoológico de Lisboa.

O dia estava quente e muitos animais estavam a descansar à sombra. Mesmo assim, muitos deixaram-se ver e pudemos apreciar a sua beleza.

O almoço foi divertido e cantou-se os parabéns às aniversariantes a professora Fernanda e a aluna Andreia. Com direito a bolo e tudo!

A visita guiada deu-nos a conhecer pormenores interessantes de alguns animais e pudemos tocar numa pele de cobra, em penas e em cascas de ovos. A guia foi muito simpática e respondeu sempre às perguntas colocadas pelos alunos.

Alguns dos alunos, mais ousados, foram pelo teleférico ver os animais do zoo. Foi uma experiência fantástica! Outros, mais comedidos, foram conhecer o zoo no comboio.

Um dia bem passado, onde se aliou o lazer à consolidação de aprendizagens.

Chegada ao Jardim Zoológico
A espreitar o rinoceronte branco a dormir à sombra
O gorila estava atento aos visitantes

Almoço animado em grupo

Parabéns à Professora Fernanda e à aluna Andreia!!!
Junto das aves, a guia mostrou as penas
Belos pescoços que as girafas têm!
Os mergulhos dos leões marinhos
Pudemos tocar em pele de cobra e ver cascas de ovos...
Início da viagem no teleférico

Em plena viagem no teleférico

Preparados para ver o espectáculo dos Golfinhos

As focas deram o ar da sua graça no início do espectáculo

Os golfinhos deram um show de energia e graciosidade

Um dia em grande no Zoo!!!

terça-feira, 9 de junho de 2015

Está lançado o primeiro livro sobre processamento auditivo em Portugal

29-05-2015 | Catarina Dias. in Jornal Online UMINHO

Distúrbio atinge 5% das crianças, tendo consequências no sucesso académico, na socialização e, em alguns casos, na gaguez e dislexia, diz Cristiane Nunes, do CIEC.




A perturbação de processamento auditivo (PPA) atinge 5% das crianças portuguesas, tendo consequências no sucesso académico, na socialização, na realização das tarefas do dia-a-dia e, em alguns casos, na gaguez e na dislexia. O Serviço Nacional de Saúde ainda não financia os exames e o tratamento deste distúrbio, caracterizado pela incapacidade em interpretar sons. A área de estudo chegou a Portugal em 2008 através da fonoaudióloga Cristiane Nunes, que acaba de publicar o primeiro livro dedicado ao tema no país. A obra é baseada no doutoramento feito no Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC) da UMinho.
 
Esta publicação vem preencher uma lacuna científica e literária existente num país onde “nem sequer existiam testes de avaliação e profissionais a trabalharem na área”. A tese de doutoramento começou pela elaboração de testes padronizados para a população portuguesa, recorrendo a uma amostra de 60 crianças dos 10 aos 13 anos – a base de dados contém hoje mais de 500 pacientes. A seleção dos participantes foi “demorada”, principalmente devido à confusão generalizada entre PPA e surdez. A investigadora Cristiane Nunes realça a diferença: “Enquanto uma pessoa surda nem sempre consegue detetar os sons, a que tem PPA apresenta dificuldade em interpretar o que ouviu e perceber mudanças acústicas rápidas. Além disso, costuma demorar mais tempo para processar a informação que passa pelo nervo auditivo”.
 
Hein? Pode repetir?
 
Os resultados obtidos a partir dos testes padrão desenvolvidos no CIEC mostram que as crianças com problemas de audição apresentam maior dificuldade no desempenho escolar, na comunicação, na leitura, na escrita e na articulação. Mais especificamente, 83% dos participantes com baixo desempenho nos testes de PPA tinham notas inferiores aos restantes colegas. “Alguns não conseguiram repetir, por exemplo, um conjunto de números depois de os ter ouvido ou distinguir entre sons curtos, longos, agudos e graves. Isso tem implicações na leitura, escrita, fala e na forma como a informação é interpretada”, afirma.
 
Os sintomas associados variam em função da idade e da intensidade da perturbação. Em crianças com menos de 5 anos, verifica-se um atraso na aquisição da fala e, especialmente, dos sons “r” e “l”. Daí trocarem muitas vezes “prato” por “plato”, por exemplo. A partir dos 7 anos, recorrem a expressões como hein? e quê?, são mais distraídos e não percebem de imediato o que dizem o professor e os colegas em contexto de trabalho de grupo. Sem tratamento, o problema arrasta-se para a vida adulta, tendo repercussões no sucesso profissional, social e amoroso. 
 
Consultas resolvem quase todos os casos
 
Os diagnósticos podem ser obtidos a partir dos 6 anos. A quase totalidade das crianças normaliza após a realização de exercícios e técnicas que estimulam a formação de novas conexões no nervo auditivo. O segredo está no tratamento precoce da perturbação, diz a especialista, que no seu livro recomenda o envolvimento dos educadores no processo de deteção. “Há testes do CIEC capazes de detetar os casos mais graves. Se fossem aplicados no início do 1º ciclo, poder-se-ia eliminar pelo menos metade das ocorrências. O objetivo é identificar os alunos mais afetados e reencaminhá-los para um audiologista ou terapeuta da fala”, realça. O tratamento personalizado pode, por exemplo, ajudar em caso de gaguez e atraso na linguagem, além de munir as crianças disléxicas de estratégias para melhorar a sua leitura e escrita. 
 

A PPA é discutida desde a década de 1950 nos EUA e, pelo menos, desde 1980 no Brasil. Por cá, o tema é pouco abordado. “O Estado não comparticipa os exames e o tratamento, serviços que também só estão disponíveis em cinco ou dez locais. Ainda há um longo caminho a fazer”, reforça. “É preciso sensibilizar os pais, os educadores, os psicólogos e a sociedade civil para a gravidade desta perturbação na vida das pessoas afetadas”, conclui.

"Cérebro meu" - reportagem sobre a perturbação de hiperatividade com défice de atenção.

Cérebro meu | 06 Jun, 2015 | Episódio 21

"Cérebro meu" é uma reportagem sobre o assustador aumento do número de crianças diagnosticadas com a perturbação de hiperatividade com défice de atenção.
Esta doença afeta sobretudo crianças em idade escolar que revelam ser demasiado desatentas, desconcentradas e desobedientes.

Para contrariar este comportamento, são prescritos medicamentos cuja substância ativa é uma droga que atua ao nível do sistema nervoso central. 

Em 10 anos os medicamentos para esta doença, aumentaram as vendas em 1100_.
Mas nem todos os casos estão bem diagnosticados.

Ao longo de 5 anos acompanhamos o processo do Duarte. Durante este tempo, Duarte andou a tomar esta substância, mas afinal não tem hiperatividade com défice de atenção.
Então, o que poderá acontecer ao cérebro de uma criança que andou a tomar uma droga para uma perturbação que não tem?

Todas as respostas estão na reportagem "Cérebro meu", um trabalho da autoria da jornalista Mafalda Gameiro, com imagem de Mário Piteira e edição de imagem de António Nunes.

A pesquisa é de Rita Rodrigues e a produção de Cristina Godinho.

A sinopse faz parte da reportagem que pode ser vista no seguinte link:
http://www.rtp.pt/play/p1764/e197515/linha-da-frente


Play - Linha da Frente

Pequenos ditadores

Aos consultórios médicos chegam cada vez mais "pequenos ditadores" que os adultos já não conseguem controlar. São filhos de pais que têm medo de ser tiranos. Mas as crianças sem limites não são livres, defendem especialistas
"Não vou". "Não quero". "Só faço se quiser". O problema não é uma criança dizer isto. O problema é quando ela faz precisamente o que diz e os adultos já não têm o poder de a contrariar. Não é uma questão portuguesa mas da generalidade das sociedades ditas desenvolvidas. Os consultórios dos pedopsiquiatras e dos psicólogos estão a encher-se de meninos-rei, pequenos ditadores, crianças sem limites, algumas a caminho da delinquência apresentadas por pais aflitos e referenciadas por professores fartos.
Mais do que um problema, a omnipotência destas crianças é um sinal. Tem a ver com a falta de limites que resulta de uma organização social desregrada, sem tempo para o investimento emocional na criança.
A perspectiva da necessidade de construir "uma cultura da diferença de tempos" defendida pelo filósofo e psicanalista francês Raymond Bénévenque, para quem "é no mundo dos adultos que se deve lutar por um outro futuro das crianças", encontra-se nos discursos do médico pedopsiquiatra Pedro Strecht e das psicanalistas Carmo Sousa Lima e Maria Teresa Sá. Por trás do problema das crianças sem limites, identificam a falta de tempo, a velocidade que muitas vezes não deixa pensar. E a incapacidade de pensar dá lugar à depressão que tem como uma das manifestações a chamada omnipotência infantil.
Em educação tem de haver tempo. "Para haver qualidade, tem que haver quantidade e disponibilidade", considera Pedro Strecht. "Os pais passam muitas horas a trabalhar, muitas crianças chegam a estar 10, 11 horas em jardins de infância e na escola. O reencontro no final do dia acontece numa situação de grande vulnerabilidade emocional com crianças cansadas, com birras, com pouco tempo para cumprir as rotinas e com pais extremamente cansados do trabalho, portanto num ponto de desencontro, de choque e de conflito. Pela falta de tempo e pela culpabilidade dos pais em relação a isso, a permissividade aumentou e aumentou aquilo que vários autores chamam os objectos compensatórios, no que respeita tanto a objectos como à própria relação". A delimitação de regras fica para trás e o que se observa muito hoje - diz Pedro Strecht - é que "temos cada vez mais miúdos que num registo familiar não têm estas balizas e que depois transportam para outros registos, a escola, a sociedade" toda a sua inquietação.
A dificuldade de impor e de aceitar limites paga-se "caro vida fora", adverte Maria Teresa Sá. "Os pais têm medo do poder. Como que sofrem de um excesso de democracia [entre aspas]. Há uma perversão, como na democracia. Muitos pais têm dificuldades com os limites porque têm medo de ser tirânicos. Têm medo de ser como os pais, como os avós ou como o modelo que eles intuíram da sociedade antes deles", diz Carmo Sousa Lima.
E os exemplos sucedem-se: na escola, António, dez anos. A professora anuncia: "Hoje é teste". Ele cruza os braços: "Não faço". E não faz.
Em casa: Rita, nove anos, filha única. A mãe diz-lhe para desligar o computador e ir para a mesa jantar. Ela continua imóvel à frente do ecrã. A mãe repete a ordem. A miúda não se mexe. Já irritada, a mãe aproxima-se e desliga o computador. Rita protesta, grita e volta a ligar o computador. Empurra a mãe, não vai jantar.
No consultório médico, Pedro, oito anos, para o pedopsiquiatra: "Olha, já parti portas, um dia se tu quiseres, também posso partir esta do teu consultório... Se quiseres ver..."
O número de casos "é muito significativo e, sobretudo em relação a anos atrás, é muito mais intenso", diz Pedro Strecht.
A importância da autoridade
O que faltou ou o que tiveram a mais estas crianças para se tornarem assim? Strecht recua até aos primeiros tempos da vida da criança e da relação precoce com os pais. Refere o médico psicanalista inglês Donald Winicott e a sua ideia de "holding" para explicar a necessidade do envolvimento da criança "num círculo de amor e de força" juntando o afecto e o investimento emocional à fixação de limites. "Na própria relação com o bebé, é isso que se faz", explica o pedopsiquiatra. "Quando um bebé está inquieto, a pessoa pega-o ao colo, envolve-o fisicamente. A modelação emocional é feita também à custa de um "holding físico". O que acontece depois é que os miúdos vão integrando progressivamente e de forma cada vez mais autónoma o holdingemocional sem ser preciso tanto o holding físico, de uma forma cada vez mais auto-regulada". Quando isso não sucede pode querer dizer "que não houve esse holding físico de delimitação, de força, no "sentido de contenção emocional e verbal."
A explicação para as manifestações de tirania por parte destas crianças passa então pela pergunta acerca do que tiveram elas a mais. Como nota a psicanalista Carmo Sousa Lima, "o excesso de sim perturbou a capacidade das crianças tolerarem o não", mas "é o não que faz valorizar o sim e não o contrário". Depois do período de "maravilha" e de "encantamento" que rodeia o bebé nos primeiros tempos, os pais devem educar os filhos para a realidade, defende. "Há aspectos da realidade de que os pais não podem proteger a criança sob pena de esta enlouquecer ou cair nessa omnipotência que agora é tão corrente aparecer nos consultórios". Há pais, mães que "são de uma ansiedade tal que a criança não pode sair de dentro delas e continua a viver numa espécie de uma bolha protectora, mas que a vai destruindo em termos de autonomia e de identidade", diz, sublinhando que "são os limites que protegem a criança".
Ao contrário do que muitos adultos ainda pensam, "uma criança sem limites não é uma criança livre", diz Teresa Sá, psicanalista e professora na Escola Superior de Educação de Santarém. Que se desfaça a confusão: "Uma criança sem limites é escrava das suas pulsões e não é feliz, vive angustiada". Entregue a si própria "não tem outro guia senão a satisfação imediata". Se quer uma coisa, agarra-a, se não está contente, bate. E se, a curto prazo, isto até pode ser agradável, "paga-se caro, vida fora". Teresa Sá explica como. "Constitui-se como um verdadeiro sofrimento psíquico, visto que o sujeito se encontra na impossibilidade de se frustrar minimamente, de dizer não a si próprio, e não somente de dizer não ao educador". O que correntemente se designa por omnipotência, "não é unicamente a vontade de dominar os outros e de não levar em conta senão o seu próprio desejo, mas, de igual modo, a impotência e a impossibilidade de se dominar a si mesmo, de se limitar", esclarece. "Parecendo dono do mundo, o sujeito está na verdade desmunido, pois não se sente dono do seu próprio mundo interno".
Daí, a importância da autoridade na educação. Carmo Sousa Lima fala antes do exercício de um "bom poder". A capacidade de lidar com os limites "é um poder muito bom, indispensável", diz. "Todos temos uma margem de poder que está em tudo. Podemos falar, comer, amar, mas há pessoas que não podem. Há patologias que não deixam. Por isso, a palavra o poder em si própria é uma palavra muito boa, com um sentido muito profundo". O bom poder "é o poder de dizer "não" na justa medida das coisas que são razoáveis dizer que não. E de dizer que sim naquilo que ajuda a criar uma melhor pessoa".
É a autoridade "exercida pelos educadores (pais, professores, instituição) que permite à criança e ao jovem integrar os interditos fundamentais ligados à socialização", salienta Maria Teresa Sá. "Um adulto que permite tudo não é, para a criança, um adulto que lhe dê segurança".As crianças reclamam, aliás, esses limites quando levam os adultos ao limite (a "passarem-se da cabeça e agirem"). É "como se a criança estivesse a levá-los a colocarem limites". E quando isso não se verifica, "pode acontecer que seja a própria criança ou jovem a colocar o limite, em escalada, geralmente com o corpo, caindo, magoando-se, pondo-se em perigo". Sem autoridade "a criança sentir-se-á insegura, deixada só nas perigosas marés da sua impulsividade e destrutividade, abandonada, negligenciada", nota Maria Teresa Sá.
Pedro Strecht alerta, contudo, para o facto paradoxal de, a par da permissividade, existir um regresso ao autoritarismo" e para a necessidade de isso não acontecer. Face às ideias de que, para enfrentar os problemas da educação é preciso uma "educação espartana" e que "antigamente é que era bom", Strecht diz que "não há nada mais falso". "Sabemos que no campo da saúde mental e da infância, isso é absolutamente mentira". E lembra: "Se hoje as escolas estão cheias de problemas, em 1974 a escolaridade obrigatória limitava-se à quarta classe. E se formos ver, há cem anos não havia meninas nas escolas e a maioria da população escolar andava descalça e isso é que era um problema".
Tem de haver autoridade, sim, mas uma autoridade "protectora", defende o pedopsiquiatra. Que proteja as crianças "dos seus próprios movimentos mais primitivos, mais agressivos", nota Carmo Sousa Lima. Uma autoridade com afecto como defende o psiquiatra Daniel Sampaio. Para promover o desenvolvimento e a autonomia. E "passar de uma navegação à costa para uma navegação à distância", sem a perder de vista, exemplifica Pedro Strecht, deixando claro que se não for feito na infância, este trabalho se tornará muito mais difícil na adolescência.


Retirado de: 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Visita à RioGráfica

No dia 3 de junho, quarta-feira, a professora Conceição Ribeiro, responsável pelo atelier "À Descoberta da Meio", no âmbito do projeto "Aprendizagens para a Vida", levou um grupo de alunos com necessidades educativas especiais a conhecer uma empresa gráfica do meio local: a RioGráfica.

Na RioGráfica, foram muito bem recebidos pelo Senhor Paulo, que explicou as várias fases do trabalho realizado na gráfica, desde a conceção até ao produto final.

Porque se trata de uma empresa moderna, quase todo o trabalho é feito por máquinas. O nosso guia mostrou-nos essas máquinas, algumas em pleno funcionamento. No final podemos apreciar alguns trabalhos realizados.

Foi uma manhã muito interessante e cheia de novas aprendizagens.


Obrigado à RioGráfica pela simpatia e disponibilidade! 


Receção e início da visita à gráfica

As primeiras máquinas de impressão - para trabalhos mais pequenos
Sr. Paulo a explicar como se começa as impressões de grandes dimensões

Tamanho e quantidade de papel utilizado nas máquinas de impressão de trabalhos maiores

E com apenas quatro cores, preto, magenta, amarelo e azul se podem fazer todas as outras. Magia!

Depois o Sr. Paulo explicou muito bem como se fazia a impressão nas máquinas grandes

Que belo trabalho final!

Há trabalhos que precisam de ser cortados com muito cuidado numa máquina especial.

Para fazer os vincos e buracos no papel há outra máquina...

... e para dobrar também.

Obrigado RioGráfica!!!




sábado, 6 de junho de 2015

RIVVS MAIOR MERCATVS

Nos dias 5 e 6 de junho, os alunos e professoras da Educação Especial participaram no Mercadinho Romano de Rio Maior, com produtos dos ateliers desenvolvidos no âmbito do Projeto "Aprendizagens para a Vida".

No mercadinho, apresentámos Cuppidae Roman (doces romanos) feitos no atelier de Cozinha e Atividades Domésticas numa das bancas e, na outra banca, Laurus nobillis (louro), Origanum (orégãos), Petroselinum crispum (salsa), Coriandrum sativum (coentros) e outros produtos da nossa Hortum (atelier de Horta).

Muitos foram os clientes que marcaram presença nas nossas bancas e com muita alegria foram recebidos pelos alunos trajados a rigor.

Dois dias muito bem passados neste evento romano!

Um dos grupos do Emporium Hortum (banca da Horta)

O grupo da banca dos Cuppidae Roman (doces romanos)

O outro grupo do Emporium Hortum (banca da Horta)

A sr.ª D. Isabel recebeu um abraço da romana mais simpática do Emporium Hortum

O João, vestido a rigor, levou companhia ao Mercadinho Romano

Recebemos no nosso Emporium Hortum a visita dos alunos do 1.º Ciclo do EB Marinhas do Sal

Aplicaram-se conhecimentos de Matemática...


... e houve diversão nos jogos romanos.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

1 de junho - DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

        No dia Mundial da Criança, os alunos de Educação Especial comemoraram a efeméride de forma muito artística e muito colorida.
        A professora Beatriz Maria Gomes, da Universidade Sénior de Rio Maior, dinamizou um worshop para personalizar t-shirts. Cada aluno deu largas à sua imaginação e coloriu a sua t-shirt com várias cores.

O início da atividade

A escolha dos moldes e das tintas

A professora Beatriz Gomes a demonstrar uma outra técnica

Que belo efeito!!!

















     1.ª secagem das t-shirts pintadas com o auxílio do secador


Energia criativa em ação

Uma t-shirt em fase de acabamento

"Temperar" com sal a t-shirt e borrifar muito bem com água

Retoques finais...



               











 Duas das t-shirts personalizadas. Muito originais!